Uma criança anota pecados numa folha. Um tio põe um anúncio no jornal a dar-se como morto. Um pai dá biberões de vinho ao filho. Um avô assiste a julgamentos na televisão para sentir medo.
É numa família em que o machismo e a violência dão ordem à vida que se inicia esta história de busca e reconstrução do passado, mas também de crescimento e conquista da ternura, da capacidade de comunicação e compreensão do outro.
Um fresco de uma sociedade rural portuguesa que, no limiar da mudança de século, estava ainda em vias de se modernizar.
As qualidades que fazem de Hugo um escritor de marca própria, o seu estilo original, são notáveis no panorama nacional […] uma ironia sarcástica de permeio com um discurso realista, mesmo frequentemente e propositadamente grosseiro, feito de prosa seca, limpa e direta, deixando crescer no seu leitor o espanto, como na tragédia grega. Y V E T T E K . C E N T E N O