KAREN TAIEB é chefe do departamento de arquivos do Memorial da Shoá, o Museu do Holocausto, em Paris. Formada em História é mestre em Gestão da Informação e Documentação pela Universidade Paris-Sorbonne.
Ler mais«Escrevo-te do campo de trabalho de Birkenau, onde me encontro. Estou de boa saúde, trabalho e aguardo as tuas notícias.»
Isaak Goldsztajn
Estas poucas palavras, quase sempre as mesmas, enviadas de Auschwitz para França, por quase cinco mil judeus franceses são exemplo da correspondência trocada entre os prisioneiros de um dos piores campos de concentração nazis e as suas famílias.
As cartas, escritas sob coação dos oficiais nazis, entre os anos de 1942 e 1944, faziam parte de uma operação de propaganda chamada Brief-Aktion, literalmente «Operação Cartas», que visava tranquilizar os seus familiares e, assim, esconder o horror a que eram submetidos.
Expressões vagas como «Está tudo bem comigo» e «Estou com saúde», encontradas na maioria das mensagens, mostram a perversidade da máquina de morte nazi. Os prisioneiros escreviam que estavam bem, quando estavam presos e perto de uma morte iminente…
A autora Karen Taieb, para além de trazer à tona este acervo pouquíssimo conhecido também apresenta outras cartas, estas clandestinas, que revelavam o verdadeiro inferno ali vivido. O livro inclui ainda as cartas escritas por prisioneiros assim que o campo foi libertado, relatos únicos e comoventes dos sobreviventes endereçados às suas famílias.
Neste livro Karen Taieb revela uma parte desconhecida da história do Holocausto, ao mesmo tempo que homenageia a memória das vítimas.
KAREN TAIEB é chefe do departamento de arquivos do Memorial da Shoá, o Museu do Holocausto, em Paris. Formada em História é mestre em Gestão da Informação e Documentação pela Universidade Paris-Sorbonne.
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